A região sudoeste do estado tem chamado mais atenção para a maior incidência de casos de dengue.
A Bahia tem vivido nas primeiras semanas de 2024 dias com sol e calor extremo e também chuvas intensas neste verão. Essas mudanças climáticas favorecem o aumento dos casos das arboviroses, mas especificamente a dengue. Com a aproximação do carnaval e com milhares de visitantes presentes na festa, a doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, desperta uma atenção redobrada nos habitantes, já que é considerada a arbovirose urbana mais prevalente nas Américas, segundo o Ministério da Saúde (MS). Além de perigosa, a dengue pode levar a pessoa que contrai até a morte. Nas primeiras semanas do ano, a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) registrou 734 casos prováveis de dengue, sem nenhum óbito registrado em 2024.
Ainda de acordo com a Sesab, a região sudoeste do estado tem chamado mais atenção para a maior incidência de casos de dengue. Os municípios de Piripá, Jacaraci e Encruzilhada lideram esse índice, segundo informação da pasta.
Segundo a infectologista Clarissa Cerqueira, a dengue se caracteriza por um quadro agudo súbito de febre alta, dor no corpo, dor nas juntas, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, esses são os principais sintomas da dengue.” Quando o paciente houver suspeita de dengue, tem que procurar um serviço de saúde, pois lá, iremos classificar a gravidade desse caso. Se é um caso leve, se é um caso que tem risco de ficar grave, ou se de fato é um caso grave. Então tem que procurar o serviço de saúde, para ser diagnosticado, até para confirmar ou descartar a dengue”, explicou.
Sobre a vacina, a especialista ainda enfatizou que já está disponível tanto na rede pública, como na rede privada de saúde. Qualquer pessoa entre 4 e 60 anos pode tomar e com ela, a expectativa é que haja uma queda no número de casos.
NOVAS AÇÕES DE COMBATE AO MOSQUITO
Em coletiva realizada na manhã de ontem (25), o Ministério da Saúde (MS) apresentou as estratégias para controle da dengue e os critérios utilizados para as regiões de vacinação. Como ações de apoio aos estados e municípios, a pasta repassou para assistência cerca de R$ 256 milhões como apoio a estrutura para o enfrentamento das arboviroses. Haverá apoio técnico em alguns estados, incluindo a Bahia. Haverá qualificação e formação de profissionais da saúde em todo o país para o tratamento da dengue, além do monitoramento do cenário epidemiológico e abastecimento dos estados e municípios com insumos essenciais para o enfrentamento da doença.
Referente a vacina contra a dengue, o MS informou na coletiva que 3,2 milhões de brasileiros serão vacinados a partir do mês de fevereiro. 521 municípios foram selecionados, dando preferência aos que possuem mais de 100 mil habitantes e com alta transmissão da doença. O esquema vacinal será composto por duas doses, com intervalo de três meses entre elas.
O diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do Ministério, Eder Gatti, pontuou que a definição de um público-alvo e regiões prioritárias para a imunização foi necessária em razão da capacidade limitada de fornecimento de doses pelo laboratório fabricante da vacina. “O primeiro público-alvo da vacina serão as crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos. Faixa etária recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS)”, enfatizou Eder.
Durante a coletiva, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, salientou sobre a importância da ação conjunta de governo e população no combate a dengue. “A dengue é uma doença cujos focos do mosquito estão 75% nas casas. O que mostra a importância do controle. Portanto, tem que ser uma ação de governo, mas também tem que ser uma ação de cada cidadão. Temos que nos co-responsabilizar. Nesse momento, essa união de esforços é muito importante”, exclamou a ministra.
Fonte: Tribuna da Bahia