Segundo o médico ortopedista, Matheus Azi, membro da Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico (SBTO), as quedas em ambiente doméstico são um risco principalmente para as crianças da referida faixa etária e para os pacientes idosos
Informações do Departamento de Informação e Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) apontam que, em média, 133 acidentes domésticos, envolvendo crianças, são registrados diariamente no Brasil. Conforme o levantamento, de janeiro a maio de 2024, foram 9.155 atendimentos hospitalares e 10.979 atendimentos ambulatoriais envolvendo quedas de crianças de até 12 anos.
Segundo o médico ortopedista, Matheus Azi, membro da Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico (SBTO), as quedas em ambiente doméstico são um risco principalmente para as crianças da referida faixa etária e para os pacientes idosos. “Na criança as fraturas mais comuns após uma queda são as do punho, ombro e cotovelo. Nos idosos as quedas são a principal causa de fraturas, sendo as mais comuns as do punho, quadril, coluna e ombro e muitos pacientes precisam de tratamento cirúrgico após uma destas fraturas”, explica o especialista.
A depender da gravidade dos acidentes, especificamente quando resultam em fraturas, os pacientes podem ter sequelas, como a perda de função, dor permanente e deformidades. Mas, para evitar quedas, Azi orienta: “estar atento a detalhes como manter os espaços organizados e livres de objetos que possam causar tropeços; garantir iluminação adequada, especialmente em escadas e corredores; utilizar tapetes antiderrapantes em locais propensos a escorregões, como banheiros e cozinhas e instalar barras de apoio em banheiros e escadas”.
Além disso, especialmente no caso das crianças, o médico destaca que é importante manter vigilância constante. “Nos primeiros anos da infância, algumas características próprias do desenvolvimento podem influenciar as quedas. Por isso, é importante que as crianças sejam constantemente supervisionadas”, explica o presidente da SBTO, Marcelo Tadeu Caiero.
Orientações em caso de quedas
Caso os pais testemunhem a queda da criança, Caeiro destaca a importância do relato da forma como a criança caiu ou foi atingida, para direcionar o melhor atendimento. Além disso, em caso de batidas na cabeça, a família deve ficar alerta para alguns sintomas.
“Em primeiro momento, acalme a criança e atente-se a sinais como vômitos, imobilidade em alguma parte do corpo, perda de consciência, dificuldade para andar, irritabilidade, perda de equilíbrio, olhos roxos, mudanças na respiração e sangramento no nariz ou ouvido. Se alguma dessas manifestações ocorrer, busque atendimento médico”, explicou o presidente da SBTO.
Segundo ele, em caso de fraturas, a área deve ser imobilizada e gelo deve ser aplicado para alívio da dor; em casos graves, a criança deve ser mantida na posição em que está e uma ambulância deve ser acionada. Em algumas situações, Caeiro orienta que o atendimento médico deve ser buscado imediatamente: “quedas de bebês com menos de três meses; crianças com menos de dois anos em altura maior de um metro; crianças com mais de dois anos que tenham sofrido quedas de mais de um metro e meio; e quedas mais sérias, como a de escada”.
Fonte: Tribuna da Bahia