Ao lado de especialistas, Joana Damásio reflete sobre inclusão e a importância das redes de apoio
No Brasil, aproximadamente 18,6 milhões de pessoas possuem algum tipo de deficiência, de acordo com o módulo “Pessoas com Deficiência” da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) de 2022, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esses números representam 8,9% da população acima de 2 anos de idade e destacam o impacto da deficiência na estrutura familiar, principalmente nas vidas das mães atípicas, que enfrentam desafios emocionais, sociais e financeiros ao cuidar de filhos com necessidades especiais.
Joana Damásio, empreendedora social e referência nacional em inclusão, é uma dessas mulheres que transformaram os desafios da maternidade em uma missão de impacto coletivo. Mãe de Gabriela, de 9 anos, nascida com microcefalia durante o surto de Zika Vírus em 2015, ela lidera uma ONG que atende mais de 330 famílias, oferecendo suporte emocional, educacional e psicológico. “Conviver com a diversidade é mais do que um desafio, é um legado que precisamos deixar para as novas gerações”, afirma Joana, que também reforça a importância de políticas públicas para garantir suporte às famílias.
Dados mais antigos, como os da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, também do IBGE, já apontavam que cerca de 17,3 milhões de brasileiros conviviam com algum tipo de deficiência, mostrando a necessidade constante de ações inclusivas no país. “O impacto é sentido em todos os aspectos da vida dessas famílias, desde o acesso à saúde até a educação e o mercado de trabalho, criando uma sobrecarga que muitas vezes recai diretamente sobre as mães”, explica Joana.
Com a chegada de 2025, Joana vê no novo ano uma oportunidade para as mães atípicas fortalecerem suas redes de apoio, investirem no autocuidado e ressignificarem seus papéis enquanto mulheres e cuidadoras. “O caminho é o da reconexão: com nossa essência, com nossas histórias e com a força coletiva que temos como mulheres”, conclui.
Fonte: Tribuna da Bahia