Chuvas na Bahia elevam risco de leptospirose: já são 86 casos e 5 mortes em 2025

De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), só em 2024 foram registrados 361 casos da doença, com 104 internações e 18 mortes

As fortes chuvas que atingem diversas regiões da Bahia têm provocado alagamentos, deslizamentos e desabamentos, mas também acendem um alerta importante para a saúde pública: o aumento no risco de infecção por leptospirose, uma doença bacteriana transmitida principalmente pelo contato com a urina de ratos presente na água contaminada das enxurradas.

De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), só em 2024 foram registrados 361 casos da doença, com 104 internações e 18 mortes. Em 2025, até o momento, já são 86 casos confirmados, com oito internações e cinco óbitos.

A infectologista Lorena Galvão, em entrevista à Tribuna da Bahia, explicou que a leptospirose é uma infecção grave, causada por uma bactéria que penetra no organismo através da pele com feridas ou pelas mucosas, como boca, olhos e nariz. “A água acumulada em alagamentos pode estar contaminada com a urina de roedores, o que facilita a transmissão”, alerta.

Segundo Galvão, os primeiros sintomas da leptospirose podem se confundir com outras doenças comuns nesta época do ano, como dengue, chikungunya e gripe. Febre alta, dor de cabeça, dores musculares intensas — especialmente nas panturrilhas —, náuseas e vômitos são os sinais mais frequentes. Em casos mais graves, a doença pode causar alterações na urina, sangramentos, icterícia (pele e olhos amarelados) e insuficiência renal ou respiratória.

“A letalidade da leptospirose pode chegar a 40% nos quadros mais graves. É fundamental que pacientes com febre persistente, queda de pressão, sonolência, dificuldade para urinar ou falta de ar procurem atendimento médico imediatamente”, enfatiza a médica.

Para prevenir a infecção, a recomendação principal é evitar o contato direto com água de enchente ou lama. “Se a exposição for inevitável, é importante usar botas de borracha e luvas. Além disso, o controle de roedores é essencial: manter a casa limpa, evitar acúmulo de lixo e eliminar entulho ao redor das residências reduz os riscos”, orienta Galvão. 

 

Fonte: Tribuna da Bahia

 

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