Há maior incidência da doença do tipo bacteriana no inverno, e já no verão, as maiores incidências são das virais.
Uma doença que traz uma alta taxa de mortalidade e sequelas como surdez, danos ao sistema nervoso e até perda dos movimentos, a meningite é um risco. Na Bahia, de janeiro a agosto foram registrados 251 casos da doença, sendo 106 bacteriana e 55 viral. 48 óbitos ocorreram devido a doença, segundo informou a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab).
O mais recente caso confirmado pelo Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA) foi uma paciente de 24 anos, residente do município de Alagoinhas. Ela foi positivada com meningite bacteriana. Em 2022, os números registrados do mesmo período citado tiveram semelhanças, foram 253 casos da doença, dois a mais que em 2023 e o número de óbitos foi igual.
A infectologista Clarissa Cerqueira em entrevista a Tribuna da Bahia falou um pouco sobre os tipos da doença. “A meningite se divide basicamente entre viral e bacteriana. A bacteriana é frequentemente mais grave. Ela evolui mais rápido. Sendo os três principais agentes o pneumococo, meningococo e o haemophilos influenza. Mas a boa notícia é que temos vacinas para essas três bactérias. Geralmente são dadas na infância essas vacinas, então basta ter a carteira de vacinação completa para estar prevenido”, pontuou a infectologista. Clarissa ainda ressalta que para adultos, a vacinação pneumocócica é a mais aplicada, principalmente em adultos com 60 anos.
Os sintomas da doença acabam podendo ser confundidos com outras doenças. Febre alta, dor de cabeça e dor na nuca são os principais sintomas. A infectologista ressalta que é importante procurar o serviço de saúde para poder avaliar o que de fato, pode ser. “Se a pessoa estiver com um destes sintomas a melhor coisa a fazer é procurar o serviço de saúde para ser avaliado. O médico precisa do exame físico para avaliar se é suspeita de meningite ou não, e assim, iniciar o tratamento antibiótico o mais rápido possível. Pois assim ajuda a reduzir a gravidade da doença” reforçou Clarissa.
A infectologista ainda salientou que só com os sintomas não é possível dizer se a doença é do tipo viral ou bacteriana e a depender do tipo de meningite, pessoas que tiveram contato com doentes podem precisar de prevenção. Um exame de avaliação pode ser solicitado.
Vânia Rebouças, que é coordenadora do Programa Estadual de Imunizações em conversa com a Tribuna da Bahia salientou que os números de casos de meningite são os esperados no Estado. Ela explicou que há maior incidência da doença do tipo bacteriana no inverno, e já no verão, as maiores incidências são das virais. A coordenadora ainda ressaltou que desde o ano passado, foi feito uma intensificação da vacinação. Com a faixa específica aos menores de 20 anos podendo tomar a vacina. Atualmente, só a faixa específica das vacinas disponíveis pela rede que estão podendo se vacinar para prevenção da doença.
Fonte: Tribuna da Bahia